sábado, 25 de fevereiro de 2012

Deus é Bom

(Lucas 18.18-22)

Não há ninguém que seja bom, a não ser somente Deus (Lc 18.19).
Um clássico problema filosófico diz que ou Deus não é bom ou não é poderoso,
pois permite a existência do mal - mas isso não passa de um raciocínio falso.
Quando o homem rico perguntou a Jesus sobre a vida eterna, começou chamando-o
de “Bom Mestre”. A resposta desconcertante do Senhor foi uma pergunta: “Por que
você me chama bom?” Ou: “Qual seu critério para dizer que eu sou bom? O seu
próprio?”
É assim que funciono (e não estou só): Fulano é bom porque faz o que eu acho
bom, ou é mau porque não age conforme meu conceito de bom. Tomo a mim mesmo
como padrão; um sintoma da velha doença adquirida no Éden (quando o ser humano
usurpou a “ciência do bem e do mal”, trocando a referência de bem ou mal dada
pelo Criador para usar o eu acho).
“Bom” é um dos atributos divinos. Isto é, nas vãs tentativas de descrever o ser
auto-existente que criou o infinito e toda a realidade conhecida e por
conhecer, e é a essência de tudo e de todos, alguém disse que Deus é absoluto
em todas as suas perfeições. É uma tentativa frágil de colocar em palavras
aquilo que nem ao menos temos capacidade de compreender. Dizer “Deus é bom” é
semelhante a dizer “o fogo é quente”. Redundante: o fogo não é quente porque eu
acho. Deus é bom. Ponto final. Esqueça o “bom por quê”. Ele é absoluto, e as
coisas ou pessoas que são boas apenas manifestam um pouquinho desse atributo
divino.
Se ao sofrer não entendo o mal, nem por isso o Criador deixa de ser bom – eu é
que ainda não entendi muita coisa. Isso me dá nova liberdade ao andar com ele,
pois usufruo com gratidão o que considero bem, e pacientemente tolero o mal,
sabendo que meu Pai é bom. Confio em sua bondade, haja o que houver. Desta
forma, vivo com maior intensidade e liberdade, sem a falsa e ingênua
expectativa de que Deus é uma espécie de papai noel que me premiará se fizer
boas ações. - MHJ

:: Fonte: Pão Diário

Nenhum comentário:

Postar um comentário