quinta-feira, 6 de maio de 2010

A tempestade



Mateus 8.23-27

Sou amazonense e sendo assim, cresci divertindo-me a tomar banho de chuva. Cresci apreciando as trovadas e os relâmpagos que rasgavam os céus de Manaus.

Uma das coisas que recordo-me desta época é que os mais velhos tinham medo da chuva. Alguns diziam para tapar os espelhos e evitarmos coisas de metal.

Os discípulos de Jesus eram homens acostumados às tempestades, mas houve um determinado momento em que eles temeram. Eles pensaram que estavam sucumbindo à tempestade que havia se levantado. Eles buscam auxílio em Jesus.

Este relato é fantástico. Já ouvi muitas reflexões neste texto. Mas ao olhar para ele hoje, aprendo o seguinte:

Há momentos na vida que a nossa experiência não diz nada. O relato é magnífico e paradoxal. Os pescadores experientes encontram-se impotentes diante da tempestade que se levanta sobre o mar e precisam pedir ajuda ao carpinteiro.

Quantas vezes, na nossa arrogância descobrimos que aquilo que pensamos saber vai revelar-se uma grande frustração e mostrar toda a nossa incapacidade e despreparo.

Os pescadores descobriram que os seus anos de experiência pouco valiam diante daquela turbulência.

Há momentos na vida que o medo se apodera de nós destruindo nossa capacidade de actuação. O medo nos impede de agir. Ele nos paralisa. Os discípulos ficaram sem reacção. Foram invadidos pelo medo e não tiveram como agir

Creio que todos nós também somos assim, quando somos tomados pelo medo não sabemos o que fazer e ficamos paralisados, sem reacção e pensamos que iremos sucumbir.

O nosso medo nos tolda a visão e a capacidade de acção.

Há momentos na vida em que reconhecemos à nossa pequenez e vemos que sem Deus nada podemos fazer. O texto é de uma beleza ímpar. Relata-nos como muitas vezes todas as nossas tentativas ficam frustradas e só nos resta reconhecer o agir sobrenatural de Deus.

Quando leio esta narração me pergunto como é que Jesus conseguia dormir em meio a tamanha tempestade?

Os discípulos também o questionam. E recebem uma lição extraordinária. Eles aprendem que Deus tem tudo sob controlo e que controla tudo, mas Ele age na hora certa e mediante ao nosso pedido de socorro.

Lembro de um cirurgião ateu que narrou a sua experiência de ter sofrido um aneurisma e foi questionado sobre a questão de Deus e ele respondeu: “Nesta ora até o ateu ora”. É verdade, diante das tempestades da vida reconhecemos a nossa pequenez e reconhecemos que sem Deus nada podemos fazer.



Pr. Marcos Amazonas


VIa: VIgia.net

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